quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Palavras ao vento


Que a liberdade me leve sempre
não ao cativeiro preferido,
Mas onde nem sequer
sabia eu querer ter ido..

[dana-resgatado de tópico com o mesmo nome no PQP]

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Estranhamentos - parece que fugi de mim..

Tem vezes em que é difícil reconhecer a própria face, tem dias em que os trejeitos, tão nossos, se esvaem em imagens retiradas de um ser que não sou. Nesses períodos, por mais estranho que pareça, é quando mais me acho, quando o que há dentro desencontra o que há fora, quando meus sentimentos se tornam não revelados ao outro é quando os sinto mais meus.
Nesses dias é que mais questiono o princípio vigente de muitos artistas, pois é quando menos me penso "narcisista e exibicionista", e mais minha, mais dispersa, espargida pelo mundo..


Pra que não se viva de quases é preciso que se vá inteira..

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

"não pare na pista..q é muito cedo pra vc se acostumar.."


...Contudo, o acréscimo de liberdade trouxe uma mudança no caráter de liberdade. É como se as inúmeras leis, normas e instruções que devemos cumprir dirigissem o carro e não nós. Existem limites para a velocidade, advertências para dirigir mais devagar, parar e se manter dentro das faixas de tráfego, e até diagramas mostrando a forma da curva que está adiante.Devemos manter os olhos na estrada e ficar prontos para reagir a cada instante com o movimento certo. Nossa espontaneidade foi substituída por uma disposição de espírito que nos obriga a descartar-nos de qualquer emoção ou idéia que possa diminuir nossa atenção às exigências impessoais que nos assaltam.

[Eclipse da Razão –max horkheimer - trad. uchoa leite - ed. labor do brasil - p109]
gostei do exemplo cotidiano, lembrei de certos filmes futuristas em que nem dirigir se dirige mais..carros em pistas, todos na mesma velocidade e guiados por IA (inteligência artificial) _ qualquer semelhança com o "´pensamento" não será mera casualidade..

segunda-feira, 25 de outubro de 2010



Livrara-se de diversas travas, tinha designado aos outros diversos sacrifícios, percorrendo na angustia de seu próprio peito aflito todas as mágoas que haviam escapado à abnegação, havia enfim soletrado suas dores à alma cansada que, soterrada de argumentos, lamentava agora com a selvageria da forma e em silêncio absoluto.
dana.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

A-M-A-R




"...Nenhuma região da experiência humana é tão munida de convenções quanto essa: salva-vidas dos mais diversos, botes e bóias, refúgios de todos os tipos foram criados pela compreensão comum, pois ela estava inclinada a considerar a vida amorosa como um prazer, por isso tinha de torná-la fácil, barata, inofensiva e segura, como são os prazeres públicos."







Rilke - Cartas a um jovem poeta, em 14 de maio de 1904.

Porque " a dúvida é o preço da pureza, e é inútil ter certeza"

"La incertidumbre es la piel de los cuerpos
Es la fluidez de una idea antes de ser capturada
en la formulación
la potencia de la pregunta desentendida de la duda
Se mueve distraída de las coartadas de la alternativa
Se mueve quieta

es el desierto brotado
es la posibilidad de la escritura
es la sorpresa ante lo desigual
ante lo igual que repite la diferencia de los tiempos

es el tiempo venidero
que inscribe en las presencias consistencia ligera
La incertidumbre denuncia la imposibilidad de ser
y también la imposibilidad de una desformalización absoluta

la incertidumbre acompaña al silencio
abraza carcajadas sin sentido establecido
acecha realidades
desarma equivalencias
alberga al extraño
deviene extraño en las vidas afirmadas

y locura, a veces

abre
nos respira
nos espera
nos apresura

la incertidumbre enamora traspiés
escucha el acá del mundo
y pare esperanzas
sin ideales
Monta simulacros
sin originales
Danza en el sueño
de la lucidez

la incertidumbre puede herir
y puede sanar
sin lastimar
y sin redimir
sin inmolar
sin glorificar
sin reificar

puede destruir
sin eternizar
Puede construir
sin paralizar
Puede detener
sin apabullar
Puede perderse
sin lamentar
puede lamentar
sin historizar
puede jugar

la incertidumbre es lo efimero de lo que consiste
y consiste en viajar
en el mismo mar
en distinta sal
La incertidumbre no es ni verdadera ni falsa
es afirmativa

es descanso en el umbral
es el umbral de lo humano
Es la invitación paradójica
a escribir sin describir
a poetizar el cristal
a romper el espejo
a gestar el instante
a dejar de ser uno

es una invitación sin dueño
a habitar las palabras
a apalabrar al abismo
a abismar el misterio

es la suerte neutra y sucia
ni buena ni mala
suerte sin talismanes
dioses sin altar

deseos de seguir
sin lugar al que llegar
sin punto del que partir
La incertidumbre es un pozo invertido
Son mil mesetas

es el perfume del olor
el olor de los colores
el sonido de la vida
Un vendaval sin furia
una furia sin motivos
una ciudad invisible

la incertidumbre no es
no es nada de esto
y sin embargo puede pasar
y entre los pasos
resguardar al arte de los museos
resguardar lo singular de los doctores

la incertidumbre es el espacio público de lo íntimo
es la intimidad compartida"


Extraído de: http://entrepanialesychupetes.spaces.live.com/blog/
Este não é meu, mas meu encanto pelo incerto não me deixou em paz quando, ao pesquisar outras coisas nada a ver, encontrei esses inúmeros versos, que, embora um tanto óbvios, se justificam pelo automatismo que as vezes tanto me apavora e aparenta estar presente em quase todos os olhos..

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Anotimentos de arrependição


Por demais inquieta-me saber que erro.. na verdade, o errar é humano, o que me indigna é errar sem querer, é deixar-se levar por intenções absurdamente ingênuas e por vontades não tuas..quanta falha de julgamento..não interessa em verdade o contexto, nunca fui de me levar por justificativas, embora sempre as compreenda melhor quando alheias..
E é assim que chego então no ponto, espero que não final, posto que respira, mas ponto..carregado de mágoas e desentendimentos.. só me consola a sinceridade, que poderia ter sido menos omissa, mas o medo da mágoa, a covardia..tudo isso, agora compreendo, às vezes impossibilita.
De tão reticente me vejo hoje humana, não adianta tentar escapar, com boas ou más intenções, o amor, o querer, ainda que bem, lota, freqüente e paulatinamente, os infernos.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

quinta-feira, 7 de outubro de 2010


Eu não me mataria de tênis..


Breve divagação acerca de suicídio e Kurt Cobain (Nirvana)

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Mais palavras, cuspidas velozmente..


Não importa o quanto realmente tu estás incluso no mundo, conquanto não sejas obtuso em tuas imagens e usos de vida...não reclamo do abuso, mas pretendo uma outra ressonância, um universo infantil e tirânico onde tenha eu tudo que nem sequer sei se almejo, prostrado ao meu oferece... ...Não, "eu gosto dos que têm fome, eu gosto dos que têm vontade", não me refiro ao amor e nem mesmo à paixão, mas saber o que se quer é tremendamente malicioso, embora incauto, dependendo do objeto de desejo. Esse mundo só existe porque há essa dinâmica de influências, das quais eu, afetada, agora me faço desententendida.

domingo, 3 de outubro de 2010

Espaço e liberdade

Nessa truncada vida vivo de intrínsecos apelos, louvores e saudades. Já não me exponho com a voracidade da alma, mas palmo a palmo conquisto o espaço caminhado, pra muitos sem sentido, mas por mim deliberado. É porque parece ser essa certa ausência das coisas algo solicitado pela vida..é nesse pequeno espaçamento que parece fluir a liberdade, difícil de construir com significados como vontade e solicitação, com respostas imediatas, mas exercida, enfim, na ausência da preocupação própria, na correnteza das inexatidões.. sei, sim, amargos e inequívocos dúbios da palavra, mas quem poderia precisar ao certo questões como liberdade, vontade e alma.. eu, certamente não, e duvido que alguém o faça..me contento então com o simples debatimento das palavras no espaço de almas que não a contém, com a propagação mirrada de sons inexatos, audíveis apenas aos que passam distraídos, provavelmente, aos mais bobos..

Dona dana

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Relacionamentos

Enrolando e desenrolando.

[mais de poesia visual]

TEMPORALIDADES

usos e frutos do tempo, suas justificativas e fatalidades..

[poesia visual em: http://www.poemesvisuals.com]

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Gotas de diária covardia..

"Para que o mal se concretize, não basta a ação de alguns, é necessário, ainda, que a grande maioria permaneça indiferente, e disso todos somos capazes."
Todorov

Sobre a encantadora brevidade das coisas..



Se tu me amas,
ama-me baixinho.

Não o grites de cima dos telhados,
deixa em paz os passarinhos.

Deixa em paz a mim!

Se me queres,
enfim,

..tem de ser bem devagarinho,

..que a vida é breve,
..e o amor
..mais breve ainda.

Bilhete / Mario Quintana


domingo, 26 de setembro de 2010

PROSDOIS _ O princípio

Escrita livre. Nela dou vazão aos devaneios que circundam confusos em minha mente. Ando em círculos. Texto. Pensando evitar os pensamentos que vêm a mim como "flashs" impossíveis de serem evitados. Confesso. Te quero. Mas não quero. Oh, como quero, quero do modo mais displicente, te quero, apenas, não tão ausente. Ah, que tão fecunda seja a autópsia dos amores passados, quando dignificados pela luz de um incerto e desconhecido talvez. Não é a incerteza que me atrai, mas o intrínseco escondido, enclausurado sob a máscara da necessária distância cotidiana.

Alice/Dana
Sob os auspícios de Tuaíh.

domingo, 22 de agosto de 2010

A long time ago..

Teus lábios contavam histórias
tão tediosas que não sei por que forças
meus olhos mantinham-se abertos..
enebriados nos tons amenos de tua face
que refletiam a luz perene e sóbria
da lua
contingindo na expressão
as dores de tua história
mal contada, mal acabada,
já há tanto reveladamente
insuportada
tuas pálpebras cansadas
não cessavam de oscilar,
com olhos marejados
que rezavam pra que meu abraço
tão sutil quanto cúmplice
fizesse, como que por milagre
tua tristeza findar.

Setembro 2008


silencio o vento em meu coração
essa corrente mordaz e nada afável
que desestrutura a convicta solidão
que traz o necessário apego ao mundo
que nos desvincula de nós mesmos
pra que nos tornemos menos nossos
e mais do mundo.



Agora sopra tranquila a brisa ao som dos pássaros

Ouço distantes os grunhidos e desabafos

Das almas angustiadas ao tentar se libertar

Então me ouço,me grito,me deixo,me aceito e me duvido

Me liberto das correntes

Q um dia me forçaram a acostumar

Com a certeza,com a saudade

Com a dor e a inverdade

q a tudo aceita,nada transforma e a tudo,tudo mesmo,desvaloriza!!

quinta-feira, 19 de agosto de 2010


a todo instante me condeno e devoro,presa num turbilhão de instantes que,incessantemente,corroem as verdades de minha juventude



Com um atestado de loucura
devaneio à minha própria procura..
confusa, descalça..
apaixonada pela vida,
sem esquecer das desditosas injustiças,
que afagam minha revolta
e enrijecem meu semblante..
já me encontro então, por acidente e a todo instante,boba,sensível...enfim,
gestante eterna de meu mutável e coagido eu.

Dana

quarta-feira, 18 de agosto de 2010


Conquanto não me invadas a mente
e não deturpes meus mais fiéis ideais
concordo com tua insanidade
abraço mesmo tuas inverdades
pra que não deixes jamais
de ser quem és,
não por mim, não por nós
mas porque
somente quando a força do mundo
vencer em definitivo
a minha ou a tua inércia,
só aí haverá mudança
porque mesmo a pedra mais dura
há de aprender com o ritmo das águas
bem mais do que apenas ser.

Dana

Freedom, freedommm



The freedom, for some, is just a excuse to doesn't pick a way.





.
De todas as coisas que me tiram do sério
a que mais me impacienta é essa mania de sentir
o vento, o prumo, a lua
a vida..
Dói essa doença de vez por outra se incluir totalmente no mundo,
na sua tolice, insegurança,
no seu superficial mundinho
de fazer de conta que tanto faz..
o tempo, a forma
ou a norma que desapóio,
porque no fim o que sou,
é suspiro, não paz.

Dana

14_março_2008

As flores tão belas
de tão agradáveis odores
desperta nos homens
os mais cruéis dissabores
evidenciando a mediocridade de um ser que não cheira nem respira,
apenas, com seu pedantismo e maldade,
fede.

......................

Que a alma encantada
prescrute a sombra do inalcansável,
deixando apático e desentendido
o coração do desesperançado
que nunca pressentiu
o perfume de uma flor..

Dana

ainda de 2008

"uma flor amanhecida em orvalho mimoso", pq "coragem não tranca em zíper"!
:P

13/março/2008

..nesse recanto de lâmpejos da verdade
me recrio e desabafo
largo o peso do caminho a meu lado,
percorrido, recansado, insurpreendido
lavo os pés na incerteza
colhendo os frutos da sagacidade
inebriada e acorrentada ao não ser,
que, espectador da própria realidade
permite-se morrer, sem luta
ou mesmo permuta com a necessidade
saudoso do que já nunca viveu
a liberdade da selvageria
do inóspito, do inabitável
de sí, de você..
Dana

domingo, 11 de julho de 2010

Julgamentos incoerentes com as próprias premissas do julgador..

O mundo tende tanto a nos fazer sentir culpados por nossas "qualidades" e, no entanto, nos recrimina ainda mais quando nos orgulhamos e usufruímos de nossos chamados defeitos.

Tédio cotidiano da felicidade

JÙPITER

"(...) Queríeis vós tirar-lhes o favor divino? E que lhes daríeis em troca? Digestões tranquilas, a melancólica paz provinciana e o tédio, ah! o tédio cotidiano da felicidade. (...)"

SARTRE. Trad. Nuno Valadas. As moscas. Ed. Presença.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

De algum cansado 19 de abril..

Indigna o teste
a busca pelos limites..
me testam até o último fio corroído de fraca vontade..
me impulsionam à explosão de uma alma cansada,
ainda que vivaz e numa busca alucinante pelo que teimam em me roubar
o sutil, o tênue e amargo fardo da delicadeza.
Dana
CL-PQP

sábado, 19 de junho de 2010

De 17 outubro de 2008, tempos de primazia do cárcere

Meus olhos ardidos procuram os limites, enfadados da repetição e do apelo constante aos já espasmáticos mecanismos mentais, procuro uma porta? Uma função?Onde o espaço privativo já não se resume, nem mesmo ao alcance das mãos. Horas, lá estão elas, perfeitamente contadas no canto inferior direito, passando tão donas de sí que nelas já me desconheço. O que faço já não importa, é um processo, obrigativo, sem retorno e com prazo pra findar, ao menos uma etapa, mas..onde estou? Vejo minha cama mas não a possuo, não a posso desfrutar..reconheço os móveis..mas, será a casa, meu lar? Não pode ser, aqui o que reina é este que agora, neste exato momento me encara, desafiando ou aceitando o que escrevo..Não, não, esta é somente a ferramenta. Ou...serei eu? Não entrevejo olheiras nele, cãibras ou solidão..claro, isso porque ele trabalha bem, sem stress, quase sem ruído ou reclamação..sim, sim, fraca sou eu..aturdida e sem limites entre quem manda e obedece aqui! Mas..aqui onde mesmo??
Dana.
C.L. PQP

quinta-feira, 17 de junho de 2010

O que mais me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons.
Martin Luther King
Errante ser que sou e desditosa mentira que me faço
quando escandalizo ao próprio corpo a procurar por vão prazer
ao descontentar-me comigo mesma e correr suspensa sobre sonhos e mar
postergando a outrora meus devaneios e liberdade
E quando o tempo a mim se apresenta
soberbo e presente,
inadulterável, meu,
heis que a mim reperco
desprezando ilusões e abraçando a solidão
de desvincular amor de mundo
real de querido
a verdade de tudo
Porque, por mais sagaz que se faça,
há na vida certa incitação à derrota
que de abarrotar-nos a alma
nos despenca e corrói
as veias que convertem
desejo em intento.

Dana
61º CL PQP


quarta-feira, 16 de junho de 2010

"E sentiu-se triste, como uma casa sem mobília...Afinal, 'ela' o amava."
Madame Bovary, Flaubert
Sobre o não amar e o não ser amado, e a óbvia confusão que isso causa..

sábado, 12 de junho de 2010

PECADOO

...além do que, pecado é só uma palavra inventada por egoístas
que queriam somente pra sí
o que consideravam bom demais para o mundo...

Dana.

sexta-feira, 11 de junho de 2010